A moda digital refere-se à criação e desenvolvimento de roupas em ambientes digitais. Esse conceito abrange:
Design de roupas virtuais: Criação de peças no formato digital, com a possibilidade de serem produzidas fisicamente.
Aplicações em jogos e cinema: As roupas digitais são utilizadas em personagens de jogos e em filmes, permitindo que as marcas expandam sua presença em mídias interativas.
Acessórios e calçados: Além das roupas, inclui a criação de acessórios como joias e calçados, que podem ser usados em plataformas digitais.
Como surgiu esse setor?
A moda digital surgiu da evolução dos gráficos de computador. No começo, as roupas digitais eram usadas principalmente em jogos e produções cinematográficas, onde a estética visual era primordial. No entanto, com o avanço da tecnologia e o desejo por otimizar as produções, softwares de modelagem 3D foram criados com o intuito de atender as demandas da indústria têxtil. Hoje, contamos com diversas soluções e caminhos para inovar, otimizar e simplificar todo o processo de criação.
A Lojas Renner foi uma das pioneiras aqui no Brasil a aderir o 3D em suas coleções.
Na terceira coleção da linha fitness Get Over, a Renner alcançou um avanço significativo na digitalização, com 40% das peças sendo criadas com tecnologia 3D. Essa transformação digital traz impactos positivos em todo o processo de produção. Foi possível reduzir pela metade a quantidade de amostras físicas criadas.
Outro resultado notável dessa abordagem foi a diminuição de 25% no prazo de lançamento da coleção no mercado, permitindo que a marca se aproxime cada vez mais da estação para a qual as peças são destinadas. Essa estratégia não apenas otimiza recursos, mas também acelera o tempo de resposta às tendências sazonais.
Vantagens da incorporação do 3D pelas marcas:
Automação da produção: O uso de tecnologia e softwares para desenhar e criar peças facilita e acelera o processo de desenvolvimento.
Redução de amostras físicas e tempo: A criação digital permite visualizar os produtos sem a necessidade de fabricar várias amostras, economizando recursos e tempo.
Sustentabilidade: A moda digital contribui para a redução do desperdício têxtil, um problema comum na indústria da moda tradicional.
Prototipagem digital: A capacidade de criar modelos digitais reduz a necessidade de amostras físicas, diminuindo o custo e o tempo de desenvolvimento.
Eficiência: O processo de criação digital permite ajustes rápidos e fácil modificação, aumentando a eficiência da produção.
Contribuindo significativamente para a sustentabilidade ao permitir que as marcas criem protótipos virtuais, sem a necessidade de tantas amostras físicas que consomem materiais, energia e água. Em vez de produzirem peças físicas para cada nova ideia ou ajuste, é possível fazer essas alterações digitalmente, reduzindo assim o desperdício de tecidos e a pegada de carbono devido ao transporte e à produção excessiva. Além de se alinhar ao crescente interesse dos consumidores por práticas mais conscientes e sustentáveis, isso reduz a necessidade de devoluções, pela facilidade em ver uma versão mais fiel da peça antes da compra.
A moda digital revolucionou a forma como consumidores interagem com coleções e desfiles, permitindo experiências imersivas e personalizadas. Com o uso de realidade aumentada (AR) e virtual (VR), marcas podem apresentar desfiles acessíveis para qualquer pessoa no mundo, onde o público pode ver detalhes de peças em 3D e experimentar looks digitalmente. Isso oferece um acesso exclusivo, geralmente restrito a eventos físicos, e cria um senso de exclusividade e inovação. Isso significa maior alcance e um engajamento mais profundo com o público.
A incorporação de tecnologias como o CLO3D permite que designers criem e visualizem peças em modelos 3D antes da confecção física. Ao trabalhar com simulações realistas de tecidos, caimento e movimento, é possível testar diferentes versões de uma peça e fazer ajustes em tempo real.
No ambiente virtual, a moda digital permite que marcas se expandam para além das plataformas tradicionais, como redes sociais, entrando em ambientes de jogos e metaversos onde consumidores podem “vestir” roupas digitais em avatares. Essa presença digital oferece uma vantagem competitiva, pois posiciona a marca como inovadora e pronta para o futuro.
Matéria escrita em outubro/2024.