FAST FASHION E O

DIGITAL

o que é o fast fashion e como ele implica no consumo digital?

 

A análise a seguir não está focada em implicar o Fast Fashion tradicional diretamente à Moda Digital, mas sim em fazer um comparativo comportamental, uma vez que o impacto principal seria social, e não ambiental.

O Fast Fashion é um modelo de negócios da indústria da moda que se concentra na produção rápida e em massa de roupas, permitindo que as tendências se espalhem rapidamente e sejam acessíveis a um grande número de consumidores. Esse conceito envolve a criação de peças que imitam as últimas tendências vistas nas passarelas e nas redes sociais, geralmente com preços baixos.

Produção Rápida: As marcas conseguem levar os produtos do design até as lojas em um tempo muito curto, frequentemente em questão de semanas.

Custo Acessível: As roupas são vendidas a preços baixos, atraindo consumidores que buscam variedade e novidades sem gastar muito.

Mudanças Frequentes: As coleções mudam frequentemente, incentivando os consumidores a comprarem mais e com mais frequência.

Impacto Ambiental: O modelo é frequentemente criticado por sua contribuição para a poluição e o desperdício, devido à produção em massa e à rápida obsolescência das peças.

Esses pontos abordados têm gerado debates sobre sustentabilidade e ética na moda, com muitos consumidores e ativistas buscando alternativas mais responsáveis e sustentáveis.

"O Fast Fashion transforma tendências passageiras em roupas acessíveis, mas muitas vezes à custa do meio ambiente e da ética na produção."

Devido à analise de comportamento de quem produz e consome, esse hábito de fazer e ter em um prazo extremamente curto contaminará também o digital?

O que implica, na verdade, nesse caso, não é o impacto ambiental, e sim o impacto social. Com o avanço contínuo e rápido da tecnologia e imersões virtuais, as pessoas desenvolverão mais tipos de desejos.

A indústria certamente buscará lucrar nesse setor, especialmente considerando a tendência crescente impulsionada pelo avanço acelerado da tecnologia. Produzir no ambiente digital é não apenas mais prático, mas também mais ágil, pois elimina diversas etapas de fabricação e terceirização.
 
Atualmente, as tendências são criadas rapidamente e distribuídas em massa, e, devido à otimização e agilidade para criar coleções digitais, o consumismo e a procura por estar sempre dentro da moda impactará o lado social dos consumidores.
 
Embora a moda digital tenha um potencial positivo em termos de sustentabilidade, eliminando a necessidade de produção física e reduzindo o desperdício de materiais e exploração de mão de obra, ela também pode apresentar desafios. Precisamos equilibrar a criatividade e a reponsabilidade para não sofrermos mais ainda com o imediatismo de estarmos sempre atualizados quanto as tendências de moda extremamente efêmeras.

Assim como no fast fashion tradicional, a moda digital pode sofrer pressões para lançar constantemente novas coleções. Marcas digitais podem criar e lançar peças virtuais em um tempo consideravelmente menor, o que pode resultar em um excesso de oferta de itens virtuais descartáveis e de curta duração.

O ciclo acelerado de tendências também existe na moda digital. Peças virtuais podem se tornar rapidamente obsoletas à medida que novas tendências são lançadas, incentivando os consumidores a sempre comprarem mais, o que imita o comportamento de consumo de fast fashion físico.

Isso pode afetar como os indivíduos percebem a si mesmos e como desejam ser percebidos pelos outros. Quando a validação é buscada por meio de roupas, a autoimagem pode ficar atrelada ao que é possuído, levando a uma dependência emocional e a comparações constantes com outros usuários.

"A maioria das pessoas é outra pessoa. Seus pensamentos são opiniões de outras pessoas, suas vidas uma imitação, suas paixões uma citação."
Oscar Wilde
escritor, poeta e dramaturgo

Contudo, ainda devemos priorizar a discussão sobre os problemas reais do Fast Fashion tradicional, que ainda é uma questão urgente, antes de nos concentrarmos nos impactos digitais.

Entenda mais nesse vídeo postado pela Vox, "As mentiras que vendem o Fast Fashion":

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Sabemos o que realmente irá acontecer?

Não. Muitos grupos, culturas e  classes sociais estão envolvidos nessa cadeia. Todos serão afetados, mas todos terão que se adaptar à todos.

Possibilidades cheias de obstáculos. Não é novidade que a tecnologia sempre avança, em qualquer área. E não será diferente na indústria têxtil.

Portanto, o “fast fashion” digital será amplamente consumido, mas não totalmente. Ainda temos costumes, tradições e necessidades de expressão tangíveis.

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Qual o motivo de tanta pressa?

No Fast Fashion tradicional: LUCRO E EFICIÊNCIA. Mas a custo da exploração ambiental e precarização do trabalho.

Dinheiro. Dinheiro. Dinheiro. Dinheiro. Dinheiro. Dinheiro. Dinheiro. 

A real urgência que precisamos ter é o desenvolvimento da percepção, sensibilização e entendimento por quem compra.

Informações da realidade nada glamurosa precisam ser divulgadas.  Temos que ter pressa em desacelerar em prol da saúde ambiental e humana.
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A autenticidade será explorada?

Sim, inicialmente vamos explorar as possibilidades de customização e expressão de identidade de forma significativa.

No entanto, com o consumismo migrando para o digital, pode ser que a história se repita, onde todos se uniformizam na busca pelo que é considerado “legal” e “atual”.

Atualidade que se torna antiga em poucos dias.

Devemos permitir que isso aconteça de maneira consciente. É utópico falar para pensarmos por conta própria no que realmente gostamos e precisamos?

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E o consumo físico tradicional?

Como mencionado no tópico 1, o consumo tangível continuará a existir, pois ainda sentimos a necessidade de expressar nossas culturas fisicamente.

Além disso, nem todos os grupos terão acesso ou se interessarão por produtos digitais.

Entretanto, é importante considerar que, em algumas décadas, a presença online se tornará significativamente mais predominante do que a presencial. Como resultado, o consumo pode diminuir, já que a necessidade de contato físico será menor. Seguindo a linha de pensamento de “Porque preciso disso se não posso mostrar?”

Matéria escrita em outubro/2024.

© Moda Digital | Bárbara Carvalho.